Será que Vale a Economia?

Temos ouvido várias pessoas comentarem sobre reduções nas proteções do seguro de automóvel.

 

  • Reduções do período da apólice, já que em tempos de pandemia não se usa muito o carro; 
  • Reduções de coberturas, já que o tempo de uso do carro é menor, o risco de acontecer um acidente também é menor; 
  • Reduções na km da assistência 24hs, já que o tempo de uso do carro é menor e a distância percorrida também será menor; etc.

 

Particularmente, eu vejo este tipo de movimento como algo a ser pensado sob outros aspectos, se formos olhar o seguro como uma proteção e não meramente um custo. 

 

Uma hora a conta pode chegar!

Para termos uma idéia, gostaria de colocar aqui dois fatos, verídicos, para pensarmos:

Existem muitas seguradoras/corretoras oferecendo Assistência 24hs com limite de km de apenas 400, 300 e até 200 km, para que isso seja uma economia no seguro do cliente, e que ela consiga atender ao desejo do consumidor.  Porém, quando colocamos isso, realmente, na ponta do lápis, vemos que nem sempre é uma economia. 

Por vezes, a diferença de preço de um seguro com 400 km de guincho, para outro com km ilimitada, é de R$ 130,00 no ano, mas, a remoção de um carro por 1500 km, pode custar até R$ 10.000,00, de guincho, demorando até 2 dias ou até R$ 2.000,00, de cegonha, demorando perto de 1 semana.

 

-'Ah, mas eu não fui para nenhum lugar a 1.500km distante da minha casa!'

 

Nosso cliente também achava que não!

 

Outro fato importante de ser ressaltado, está na cobertura de RCF (Danos Materiais e Corporais a Terceiros), que muitas apólices vêm sendo comercializadas com R$ 50.000,00 apenas, em cada cobertura. 

 

Caso haja um acidente, por culpa do segurado, e o(s) valor(es) do(s) conserto(s) do(s) outro(s) carro(s) fique(m) superior(es) a isso, o segurado tem que pagar a diferença com recursos próprios.

Para se ter uma idéia, a diferença de custo de R$ 50.000,00 de DM e DC, para R$ 100.000,00 cada, por vezes não chega nem a R$ 100,00 no ano. 

 

Compensa?

 

Certa vez vivenciamos um processo destes com uma segurada, que foi terceira de um rapaz cuja apólice contemplava apenas R$ 50.000,00 de D.M. A batida no Corolla (0km) da nossa cliente foi tão forte que deu Perda Total. Quando ligamos para o corretor da outra parte para vermos quem pagaria o prejuízo da nossa cliente, a resposta foi clássica:

 

'Eu fiz apenas com R$ 50.000,00 para não perder o cliente e agora ela não tem verba suficiente na apólice para arcar com este prejuízo, muito menos recursos próprios para isso. Aciona pelo seguro da sua cliente, para que o meu cliente não tenha que pagar do bolso?!'

 

Infelizmente esta realidade, que já existia, vem sendo cada vez mais frequente nos últimos tempos. Corretores iniciantes, achando que precisam 'atender' o cliente a todo e qualquer custo, abrem mão da qualidade da prestação do serviço, por conta da quantidade.

 


Guilherme Forster
Guilherme Forster 
Sócio da Forster Seguros, trabalhando com seguros há mais de 25 anos
 
Formado em Administração de Empresas pela ESPM e certificado pela SUSEP. Possui mais de 25 anos de atuação no mercado segurador, como sócio da Forster Seguros. 
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