Conversamos com Newton Queiroz, que com seus mais de 20 anos no segmento, atua (ou) como Conselheiro Consultivo,  Membro oficial do G100 e CEO dessa nossa indústria de seguros.

 

Toda crise traz uma oportunidade - O momento está para talentos

Desde o início da pandemia o mundo passa por um grande processo de transformação, em todos os aspectos de nossas vidas; e claro que não seria diferente no quesito profissional.

Desde homeoffice (antes questionado e agora aclamado por muitos), mudança de rumos de carreiras, novas oportunidades para alguns, grandes desafios para outros, fim de alguns modelos de negócio, empresas se juntando para poder sobreviver, aceleração da transformação digital e tantos outros.

Em nossa indústria de seguros não é diferente, inúmeras mudanças, junções de operações e um ponto extra que foi/é o M&A de dois gigantes da corretagem mundial; onde os impactos devem começar a ser vistos, no Brasil, a partir do segundo trimestre.

Com todos estes ajustes, o resultado global é o aumento de profissionais buscando recolocação pois, o número de novos empregos criados (desta situação) não foi/é suficiente para substituir o número de empregos não mais necessários ou que estão em segundo plano no momento.

Em nossa indústria pudemos comemorar (de maneira tímida) a manutenção do tamanho de nosso mercado, no que diz respeito a prêmios emitidos, porém, mesmo sendo uma indústria mais resiliente, 'seguros' também sofreu muito com os processos de transformações que ocorreram; e isso atrelado ao fato já existente, da redução das taxas de investimentos levou a um cenário de pressão ainda maior para alguns e de pressão para outros.

Resultado, temos um número enorme de profissionais que estão buscando recolocação no mercado neste exato momento. E mesmo sendo difícil precisar um numero, sabemos que ano passado a economia do Brasil fechou com 14% de desemprego e este ano existe uma expectativa de que este número possa chegar até 17% durante o ano, voltando para patamares de 15% a 10% no final de 2021 a depender de como o mundo e Brasil irão reagir neste primeiro semestre.

Fazendo uma conta simples, nossa indústria emprega em torno de 1MM a 1,2MM de profissionais apenas considerando corretores, brokers, resseguradores e seguradoras; sendo que este número pode chegar a 2MM se considerarmos todas as funções que apoiam o mercado segurador. Mas, para fins de ilustração consideremos que temos 15% de 1MM de securitários desempregados hoje, ou seja, 150.000 profissionais em busca de recolocação.

Alguns irão migrar de indústria, outros irão se reinventar e ter seu próprio negócio em seguros, alguns poucos podem se aposentar, mas mesmo assim a grande maioria segue/seguira disponível no mercado.

Está é uma noticia bastante preocupante para os profissionais nesta situação e que tem suas responsabilidades diárias; mas neste artigo gostaria de convidar todo o mercado para tomar uma abordagem distinta a respeito do tema e tentar ver o potencial para reforçarmos times com talentos, preparar pessoas que estejam em inicio de carreira e dar oportunidade aos mais experientes (que além de grande conhecimento, tendem a ser muito leais a quem os apoiarem em momentos assim).

Se cada empresa do setor buscasse analisar os profissionais que estão nesta situação e estivessem abertos a fazer uma oferta para o que melhor se encaixar no momento atual de tal empresa, com certeza iriamos diminuir este número e ainda ter operações mais fortes. Portanto, é importante não manter os costumes do passado em que existia receio de fazer oferta a profissional A ou B porque no passado tinha status Y. Hoje em dia o mercado está se modificando e todos nós temos que nos modificar com ele, ou seja, as empresas podem apoiar buscando e investindo em profissionais que podem trazer um resultado imediato, profissionais que podem ser a força principal do amanha e outras categorias mais. Ao mesmo tempo, todos os profissionais (colocados ou em busca de recolocação) devem estar abertos para adaptar-se ao novo modelo de mercado que está sendo formado; com a certeza de que é um futuro breve a indústria voltara a crescer em todos os aspectos, inclusive o número de empregos.

Em resumo - o mar esta para talento (tema tantas vezes colocado como barreira para contratação pelo setor), basta buscá-los e verificar onde melhor se encaixam para fazer uma oferta. Para aqueles que talvez não se enquadrem nos perfis selecionados pelas empresas, a sugestão é de fazer cursos online, ver webniars e manter o networking, ou seja, aperfeiçoar suas qualidades e ao mesmo tempo estar ativo no mercado.

Por fim, fica a sugestão para as associações, sindicatos, confederações e outros entidades; de buscar criar uma iniciativa para promover a ideia descrita neste artigo ou criar alguma outra que possa apoiar a todos neste momento delicado em que vivemos.

 


Luís Henrique Forster
Luís Henrique Forster 
Sócio da Forster Seguros, trabalhando com seguros há mais de 25 anos
 
Atua na linha comercial e estratégica da Forster Seguros, Especialista em Linhas Financeiras (Responsabilidade Civil) e Benefícios (Vida, Saúde)
Formado em Adm de Empresas, Pós Graduado em Marketing de Varejo e Marketing de Serviços.
Sócio da Plataforma Digital PDVBox e da Solution4Fleet.
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Categoria: Papo de Mercado

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