A 'uberização' do saúde no Brasil

 

Estamos vendo diversos movimentos, que quebram de vez alguns paradigmas e barreiras, em diversos segmentos.


Modelos que se mantêm por vários anos, trazendo uma espécie de zona de conforto para quem oferta determinados serviços e produtos, são colocados em teste, quando uma novidade aparece, trazendo disruptura e atendendo uma nova demanda de quem compra.

O Uber pode ser um bom exemplo disso. Como toda novidade, foi muito atacado e criticado por um bom tempo. Pessoas perderam rendimentos no seu dia a dia, modelo de tributação diferente dos aplicados aos taxistas, desconfiança sobre quem dirigia os veículos e outros pontos.

Tudo isso realmente aconteceu, mas vemos que o modelo prevaleceu, muito por trazer algo que atendia as necessidades dos usuários.

Vimos que exisita uma grande massa que não usava os serviços de taxistas, principalmente por acharem caro o serviço, comparado com os transportes públicos.

Se somarmos a pandemia a isso, onde tivemos a percepção que os veículos próprios passaram a ter um uso diária muito reduzido, ou até desnecessários, essa consolidação do modelo foi de fato consolidada.

E qual foi o legado deixado? As pessoas passaram a olhar esse serviço, seja taxi, uber, ou qualquer outra modalidade, de uma forma diferente, com um olhar mais receptivo, aumentando a base de usuários que já colocam eles em suas opções de transportes.

Quando olhamos para a Saúde no Brasil, podemos começar a ver o mesmo movimento.

Atualmente temos um modelo muito consolidado, montado por grandes estruturas, que entregam produtos engessados, amplos e com custos altos para quem contrata.

Em paralelo, vemos algumas modalidades aparecendo de forma estruturada e, principalmente, pensando na necessidade do usuário, seja ele pessoa física ou jurídica.

Vejo 2 movimentos fortes aparecendo:

 

1. Produtos embasados no modelo de Telemedicina

Modelo onde os contratantes pagam por um serviço leve, barato, que lhes dará um atendimento primário de consultas e exames, e tendo o SUS como direcionamento para internações hospitalares. Falei sobre isso em uma outra matéria postada anteriormente - https://www.ehmaisseguro.com.br/beneficios/seguro-saude/como-sera-o-futuro-da-saude-no-brasil_

Existem ainda os produtos que trazem outros serviços agregados, como seguros de vida, doenças graves, assistências. Podemos ate ver um movimento da Saúde ID, do grupo Fleury / SantéCorp, que traz uma solução muito interessante para cirurgias. Vale a pena dar uma olhada.

 

2. Produtos sendo desenhados para atender um cluster específico

Tenho visto também diversas empresas criando modalidades de seguros mais 'leves', para atender um público que não tem seguros atualmente, muito focado na pessoa física e não na pessoa jurídica.

Produtos com redes reduzidas e com um acompanhamento mais de perto e com tecnologia, podem trazer uma melhor gestão dessa massa e, por consequência, uma melhor precificação dos produtos.

Kipp, Alice, QSaúde entre outros, se propõem a isso. É a volta do acompanhamento de perto, preventivo, para que a conta não estoure no final da vigência, e o produto possa ter seu tempo de retenção ampliado.

O que isso tem a ver com o Uber? Tudo, pois estamos vendo movimentos que poderão trazer os 150 milhões de brasileiros que não possuem nenhum tipo de proteção contratada, para esse jogo.

Algo que pode, com o desenvolvimento dessas ideias, mudar de fato o nosso modelo atual de entregar saúde à população, e ter algo que realmente atenda as necessidades e o bolso de todos.

Vamos em frente.


Luís Henrique Forster
Luís Henrique Forster 
Sócio da Forster Seguros, trabalhando com seguros há mais de 25 anos
 
Atua na linha comercial e estratégica da Forster Seguros, Especialista em Linhas Financeiras (Responsabilidade Civil) e Benefícios (Vida, Saúde)
Formado em Adm de Empresas, Pós Graduado em Marketing de Varejo e Marketing de Serviços.
Sócio da Plataforma Digital PDVBox e da Solution4Fleet.
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